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domingo, 2 de julho de 2017

Ester: Vivendo a vida com um propósito



Aqui estão os quatro princípios que observei da história de Ester.

1. Deus tem um propósito para sua vida.


Eu não gosto muito de clichês, essa frase é muito comum no meio cristão, eu mesmo já ouvi dezenas de vezes, Deus tem um propósito para a sua vida, mas o fato é que geralmente quem ouve não entende muito bem o que isso significa.

Ester foi colocada em uma posição real, não por acaso, mas para um propósito. Lembra-me de um dos meus versos favoritos:

“Em seu coração o homem planeja o seu caminho, mas o Senhor determina os seus passos”. Provérbios 16:9

Onde quer que você esteja hoje, mesmo que seja consequências de suas próprias decisões, Deus ainda pode te guiar para cumprir seus propósitos.

Ester foi usada poderosamente para proteger toda uma nação, muitas vezes passamos muito tempo em nossa vida tentando descobrir onde Deus quer que estejamos ou se está desejando que estivéssemos em outro lugar, em vez de apenas permitir que Deus faça algo com a nossa vida onde estamos, enquanto esperamos mais por vir.

2. Às vezes você terá que ir contra o senso comum, contra o que os outros aconselham, e até mesmo contra o que você quer fazer para seguir o plano de Deus.


Ester teria que se aproximar do rei, embora não tivesse permissão. Isso poderia ter significado uma morte certa e súbita para ela, já que era mesmo contra a lei se aproximar do rei: a resposta de Ester foi: “se perecer, pereci”.Às vezes, a vontade de Deus faz todo o sentido quando você examina sua experiência. Isso não significa, no entanto, que você não será obrigado a assumir riscos para Deus.

As melhores coisas da vida muitas vezes vêm com os maiores riscos. O grau de dificuldade não é uma indicação de que Deus não está nele. Na verdade, o contrário seria mais próximo da verdade.

Talvez cumprir os propósitos de Deus possa custar seu emprego, amigos, família e em um grau extremo até mesmo sua vida, se você segue um evangelho de prosperidade, jamais reconhecerá isso como sendo de Deus.

3. O tempo para seguir o plano de Deus é agora.


Eu acho interessante o seguinte versículo:

Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento de outra parte sairá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino? Ester 4:14



Consideramos principalmente a última parte do verso, mas notamos o “Quem sabe?” É uma questão... Não tinham certeza, sabiam que ela estava na posição de rainha. E ela teve a oportunidade de ver o rei.

Eles sabiam que Deus queria salvar as pessoas. Eles sabiam por qualquer motivo que Ester tinha sido informada do plano. Mas eles sabiam com certeza que era isso que Ester deveria fazer? Aparentemente não! Eles foram sem estar 100% certos.

Quem sabe?

Haverá momentos em sua vida como quando você reuniu todas as informações que pode, você orou, assim como você sabe, você buscou o conselho divino, tudo o que você está fazendo não é errado… Mas há algo dentro de você que ainda não tem certeza.

Você pode dormir pensando sobre isso. É algo que eu sempre faço. Ester esperou 3 dias, mas em algum momento você precisará reunir coragem para avançar.



4. Confiar em Deus traz excelentes recompensas.


“Em cada província e em cada cidade, onde quer que chegasse o decreto do rei, havia alegria e júbilo entre os judeus, com banquetes e festas. Muitos que pertenciam a outros povos do reino tornaram-se judeus, porque o temor dos judeus tinha se apoderado deles”. Ester 8:17.


Por meio de Ester, Deus salvou uma nação. Sua obediência salvou o povo de Deus da destruição! A recompensa pela obediência foi ainda melhor do que o esperado.                        
Ester agiu antes que o rei se preparasse para o pior caso… Ela conseguiu o melhor! Muitas pessoas se tornaram seguidores de Deus! As pessoas foram inspiradas pela fé de uma mulher e por um homem que mudou essa nação. Provavelmente será satisfatório, a longo prazo, obedecer a Deus. Quando outros nos vêem vivendo em obediência radical – obediência que não tem sentido – eles vão querer algo do que temos. Cristãos eram mortos nas arenas de Roma e em vários locais, e todos eles cantando, louvando a Deus; isto sensibilizou muitos a seguirem o Cristo que tanto defendiam!

O mundo ao seu redor está procurando respostas, tentando descobrir como fazer a vida funcionar. Podemos não ter todas as respostas, mas sabemos sobre um Deus que faz.

Quando foi a última vez que você perguntou, Deus, o que você quer fazer durante a minha vida? Você está pronto para caminhar pela fé?



Elohim ivarech oti

 Elohim ivarech otách!!! Deus te abençoe!!!


 Fonte: Bible Study Tools
Elohim ivarech oti

Elohim ivarech oti

domingo, 7 de maio de 2017

As Bençãos de Abraão

 As Bençãos de Abraão

 


   Deus prometeu a Abraão que na sua descendência seriam benditas todas as nações da terra. (Gên 12.3b; 18.18) Isso tem sido interpretado por muitos fora do contexto do ensino bíblico, ao se referirem simplesmente à bênção de Abraão, como algo inerente ao próprio patriarca, e que também desejam para si mesmos, como por exemplo as riquezas que ele conseguiu por ter confiado em Deus. Todavia, quando examinamos atentamente no texto bíblico em que consiste a referida bênção, percebemos que se trata de uma referência direta a nosso Senhor Jesus Cristo, que seria descendente de Abraão, segundo a carne, e que é por meio da fé nEle que recebemos o dom do Espírito Santo. Não se trata portanto da bênção que recebemos diretamente de Abraão ou por causa de Abraão, mas como diz a Bíblia, a bênção que Deus prometeu a Abraão, a saber, Jesus Cristo, para a conversão de pessoas de todas as nações, e não apenas de Israel. O texto de Gálatas 3.13-16 apresenta esta verdade de forma muito clara e direta:

“13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; 14 Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito. 15 Irmãos, como homem falo; se a aliança de um homem for confirmada, ninguém a anula nem a acrescenta. 16 Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitos, mas como de um só: E à tua descendência, que é Cristo.” (Gálatas 3.13-16)

A bênção de Abraão a que se refere à Bíblia, especialmente para nós gentios, é Jesus Cristo, para os que têm fé nEle.


Falamos em Abraão ser o pai da fé, mas porque? Vejamos:

 1- Era caldeu, de uma cidade idólatra e politeísta:O padroeiro da cidade era Nanna, a divindade lunar suméria, e o nome da cidade deriva, em sua origem, do nome do deus, URIM, grafia clássica suméria de LAK. UNUG, literalmente "a morada" (UNUG) de Nanna. Estava, portanto, num meio onde seria mais fácil ser influenciado pela maioria, mas preferiu ouvir a voz de um Deus que se aproximou dele, acreditouconfiou pura e simplesmente.

2- Outro fator que poderia justificaria a permanencia de Abraão em Ur, seria sua avançada idade; para ele era algo que deveria ser impensável, pois do alto dos seus 75, e sua esposa com cerca de 65 (apesar da longevidade descrita em alguns casos de Gênesis, era presumível que naquele contexto já não se viveria tanto Gn 17:17)

3- Independentemente de quando Abraão saiu de Ur, ele deu as costas a uma grande metrópole, iniciando sua jornada de fé para uma terra sobre a qual pouco ou nada sabia e que, provavelmente, tinha muito pouco a lhe oferecer do ponto de vista material.

Tudo isto nos leva a pensar nas objeções e empecilhos que deviam estar em sua cabeça quando ele recebeu o chamado de Deus. Ele partiu de Harã não porque fosse a coisa mais fácil a fazer, mas porque esse era o intento de Deus. Com isso, não desejo glorificar a fé de Abrão, pois, como veremos, no começo ela era muito fraca. Nos estágios iniciais da sua vida, a maioria dos obstáculos foram superados pela iniciativa de Deus. Não porque a fé dele era tamanha, mas porque foi capacitado por uma fé sobrenatural, pela crescente experiencia com Yahweh. Aliás, nem era esta a revelação que Abraão teve, de um Deus pessoal, com nome próprio; esta foi de Moisés. Ou seja, ele agiu pura e simplesmente por fé.

Ratificando e fechando:
" Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos. 2 Pois foi por meio dela que os antigos receberam bom testemunho." Hb 11:1-2

Graça e Paz

by Souza e Lanes "Graça x Lei"  

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Seitas e Heresias Neotestamentárias

   Seitas e heresias Neotestamentárias





O Novo Testamento usa a palavra grega hairesis para identificar as seitas contemporâneas a Jesus. O apóstolo Paulo disse: “Conforme a mais severa seita da nossa religião, vivi fariseu” (At 26.5). Essa mesma palavra é usada para identificar os saduceus: “E, levantando-se o sumo sacerdote e todos os que estavam com ele (e eram eles da seita dos saduceus), encheram-se de inveja” (At 5.17). Observamos, portanto, que o judaísmo, que era a religião de Saulo antes de sua conversão, conforme Gálatas 1.13,14, congregava em seu bojo esses grupos religiosos que o próprio Novo Testamento chama de seitas.
 Vejamos, a seguir, um breve delineamento de alguns desses grupos.

Os publicanos

   Era uma classe imposta aos judeus pelos dominadores romanos com a missão de lhes coletarem os impostos. Os publicanos eram funcionários romanos odiados e escorraçados pelos judeus. Apesar disso, muitos judeus se tornaram publicanos devido à rentabilidade da profissão: o chefe dos publicanos, em Roma, impunha uma taxa e distribuía aos seus subordinados que, por sua vez, quadruplicavam e repassavam as taxas, e assim sucessivamente.
Mateus, também chamado Levi, antes de se tornar um dos apóstolos de Cristo e evangelista do Novo Testamento, era publicano (Mt 10.3).
Podemos observar o caráter depreciativo de um publicano para com os judeus nesses ditos de Jesus: “Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que, pela boca de duas ou três testemunhas, toda palavra seja confirmada. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como gentio e publicano” (Mt 18.15-17).

Os escribas

  
Existiram no Antigo Testamento, porém, no Novo Testamento, aparecem formando uma classe religiosa. Quando voltou da Babilônia, Esdras se tornou um importante escriba: “Este Esdras subiu de Babilônia. E ele era escriba hábil na lei de Moisés, que o Senhor, Deus de Israel, tinha dado; e, segundo a mão de Senhor, seu Deus, que estava sobre ele, o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira” (Ed 7.6).
Quando apareceram os fariseus e os saduceus, os escribas ficaram com os primeiros. Nos dias de Jesus, eram chamados de “doutores da lei”: “Ele [Jesus], porém, respondeu: Ai de vós também, doutores da lei, que carregais os homens com fardos difíceis de suportar, e vós mesmos nem ainda com um dos vossos dedos tocais nesses fardos” (Lc 11.46). Os escribas que se ocupavam do ensino eram conhecidos como rabi ou rabinos.

Os zelotes 

   A seita foi estabelecida por Judas, o galileu, que liderou uma revolta contra a dominação romana no ano 6 d.C., rejeitando o pagamento de tributo pelos israelitas a um imperador pagão, sob a alegação de que tal ato era uma traição contra Deus, o verdadeiro rei de Israel. Foram denominados como zelotes por seguirem o exemplo de Matatias, seus filhos(os Macabeus) e seguidores, que externaram o seu zelo pela a lei de Deus quando Antíoco IV tentou suprimir a religião judaica, assim como o exemplo de Fineias, que também demonstrou o seu zelo no deserto, durante uma época de apostasia (Nm 25.11; Sl 106.30).
Um dos apóstolos de Jesus Cristo é referido como “Simão, chamado Zelote” (Lc 6.15; At 1.13), ou por causa de seu zeloso temperamento ou por causa de alguma associação anterior com o partido dos zelotes. Paulo de Tarso, referindo a si mesmo, afirma que foi um zelote religioso (At 22.3; Gl 1.14), enquanto que os muitos membros da igreja de Jerusalém são descritos como “todos são zelosos da lei” (At 21.20).

Os herodianos

  
Formavam um partido mais político que religioso. Uma espécie de fraternidade em honra a Herodes, o Grande, iniciada com a morte dele. Pregavam incondicional fidelidade a Herodes quanto ao pagamento dos tributos, e consideravam Herodes como o Messias de Deus ( o próprio Herodes, após saber pelos reis magos do nascimento de um Rei fez de tudo para encontra-lo; não encontrando, se enfureceu e deu a ordem de matar todos os meninos). Julgavam que a lei de Moisés podia ser violada para se construir templos de idolatria aos romanos e seus imperadores – uma espécie de mistura de judaísmo com romanismo pagão. Eram aliados aos fariseus em oposição a Jesus, o que podemos ver em diversas ocasiões, uma delas, registradas no evangelho de Marcos: “E os fariseus, saindo dali, entraram logo em conselho com os herodianos contra ele, para o matarem” (Mc 3.6).

Judeus messiânicos 

   Muitos caem no erro de achar que a mensagem do arrependimento de pecados foi inaugurada por Jesus, no entanto desde de que o pecado entrou no mundo é essa a forma que Deus usa para a salvação. No período intertestamentário percebemos que haviam crentes sinceros que além de serem pessoas arrependidas criam que o Messias iria chegar para nos salvar. Creram que Jesus era o Salvador! O maior expoente deles está em João Batista; quando viu o Messias, declarou não ser digno nem mesmo de se abaixar aos seus pés (Mc 1:7).

Os essênios

   Os essênios viviam afastados da sociedade, no deserto, concentrados em estudar o Pentateuco, jejuar, orar e realizar rituais de purificação, numa espécie de comunismo primitivo, no qual todos os bens eram de propriedade coletiva. Em suas sociedades, que, em geral, excluíam mulheres, observavam rigorosamente os mandamentos de Moisés e obedeciam a uma estrita regra de disciplina, codificada em manuscritos, que regulava todos os detalhes da vida diária. O surgimento da seita ocorreu numa época em que a classe alta de Jerusalém, na Palestina, estava sob forte influência da cultura grega — racional e pagã. Uma das consequências da influência foi o afastamento do governo judeu local de alguns grupos religiosos, que pregavam a defesa de costumes mais tradicionais desse povo.
No final da década de 1940, a descoberta de centenas de manuscritos atribuídos aos essênios em cavernas na região do mar Morto despertou a esperança de que o material pudesse confirmar finalmente a ligação entre a seita e os primeiros cristãos. Entretanto, após décadas de trabalho e controvérsias, a tradução integral dos manuscritos do mar Morto foi completada em 2002, mas não havia nenhuma referência direta a Jesus, a João Batista e/ou aos primeiros cristãos. Os essênios, provavelmente, foram exterminados pelos romanos ou obrigados a deixar suas comunidades e fugir para salvar suas vidas, por volta do ano 68 d.C.

Os fariseus

Vem de parushim, que significa, literalmente, "separados". Observavam rigidamente os preceitos da lei de Moisés, tanto oral como escrita. Nos dias de Jesus, gozavam de grande prestígio entre o povo. Eram considerados, pelos judeus, grandes mestres e homens piedosos. No seu zelo fanático pela lei das purificações e as regras que a tradição (mishnah) lhes acrescentara, evitavam todo contato com os "pecadores", pessoas que, segundo eles, violavam a "lei". Jesus exprobrou os pecados dessa seita e responsabilizou-a por muitos crimes, injustiças e hipocrisias nos seus dias. Acreditavam na ressurreição e na imortalidade da alma.
Um dos discursos de censura mais eloquentes de Jesus foi a eles dirigido: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia” (Mt 23.27).

Os samaritanos

   Era a classe mais odiada pelos judeus. Sargão, rei da Assíria, levou cativos os judeus do norte e, para Samaria, levou povo estrangeiro. Esse povo era idólatra. Nos tempos de Jesus, aumentou o conflito, tendo-se em vista a construção de um templo rival no monte Gerizim. De tal maneira se acentuaram as rivalidades entre eles, que os judeus consideravam os samaritanos como cães. Essa dissensão entre judeus e samaritanos fica explícita no diálogo de Jesus com uma mulher perto do poço de Jacó:
“Disse-lhe, então, a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos)?” (Jo 4.9). Também é sintomático o fato de Jesus ter escolhido samaritanos para protagonizarem algumas narrativas, como, por exemplo, a parábola do bom samaritano.

Os saduceus

  

A seita dos saduceus era pequena, porém muito conceituada, pois os membros que a integravam eram ricos e influentes. Eram mais políticos do que religiosos, e tinham bastante conceito entre os romanos. Eram os céticos, os materialistas, os livres pensadores dos dias de Jesus. Não acreditavam na ressurreição, na imortalidade da alma, nos anjos, na providência divina; rejeitavam a tradição oral e interpretavam a lei e os profetas diferentemente dos outros. Foram arduamente repreendidos por João Batista: “Mas, vendo ele muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura?” (Mt 3.7).
Quanto à crença dos saduceus, é explicitada num diálogo com Jesus em que o mestre, de maneira muito inteligente, responde a uma arguição sobre a ressurreição enfatizando também a existência dos anjos: “Respondeu-lhes Jesus: Porventura, não errais vós em razão de não compreenderdes as Escrituras nem o poder de Deus? Porquanto, ao ressuscitarem dos mortos, [as pessoas] nem se casam, nem se dão em casamento; pelo contrário, são como os anjos nos céus” (Mc 12.18-25).

  

Os gnósticos

   Influenciado por filósofos como Platão, o Gnosticismo é baseado em duas premissas falsas. Primeiro, essa teoria sustenta um dualismo em relação ao espírito e à matéria. Os Gnósticos acreditam que a matéria é essencialmente perversa e que o espírito é bom. Como resultado dessa pressuposição, os Gnósticos acreditam que qualquer coisa feita no corpo, até mesmo o pior dos pecados, não tem valor algum porque vida verdadeira existe no reino espiritual apenas. Seu conceito já existia na época de Jesus, porém foi mais forte no início da igreja primitiva.
Para o gnosticismo tudo que é material foi criado pelo deus mal e deve ser desprezado; assim, por exemplo, o casamento e tido como mau porque através dele o homem (corpo) se multiplica. Paulo combateu isto em 1Tm 4,1. Tudo o que é espiritual teria sido criado pelo deus bom.
Segundo ainda o gnosticismo “cristão”, o Deus bom , Supremo, teria enviado ao mundo o seu mensageiro, Jesus Cristo, como redentor (um eon), um “Avatar”, portador da “gnósis”, a palavra revelada a alguns escolhidos e que leva à salvação (libertação do corpo). Jesus não teria tido um corpo de verdade, mas apenas um corpo aparente (docetismo); doceta em grego quer dizer aparente. Jesus teria então um corpo ilusório que não teria sido crucificado. S. João combateu isto em suas cartas (cf.1 Jo 18,-23)
O gnosticismo acredita também na reencarnação para a salvação da pessoa; vê-se então, que é radicalmente oposto ao Cristianismo.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Jesus e a natureza de Deus

Jesus  e  a  Natureza  de  Deus 


  De  acordo  com  a  História,  um  dos  tópicos  mais  controvertidos entre  os  que  afirmam  seguir  a  Bíblia  tem  sido  a  natureza  de Jesus  e  sua  relação  com  o  Pai.  Nos  primeiros  cinco  séculos após  a  encarnação  de  Cristo,  os  cristãos  passaram  pelas chamadas  "controvérsias  cristológicas":  vários  grupos  defendiam visões  completamente  diferentes  com  respeito  à natureza  de Jesus  Cristo  e  do  ser  divino.  Isso  talvez  não  nos  cause  nenhum espanto.  Satanás  desejaria  mais  do  que  nunca  introduzir  entre os  discípulos  erros  no  que  se  refere  à natureza  de  Deus,  sendo esses  erros  básicos  e  extremamente  prejudiciais.  Além  disso, qualquer  ser  humano  que  tente  compreender  a  natureza  de Deus  está lidando  com  um  assunto  muito  mais  profundo  que  ele mesmo.  É natural  tentar  reduzir  Deus  às  condições  humanas  e começar  a  analisá-lo  de  acordo  com  as  limitações  humanas. Mesmo  hoje,  há acirradas  controvérsias  entre  os  supostos seguidores  do  Senhor  Jesus  no  que  diz  respeito  à natureza  e  ao conceito da divindade.

Jesus  é Deus 

   Vários  grupos  negam  a  absoluta  divindade  de Cristo.  As  testemunhas  de  Jeová,  por  exemplo, negam  que  Jesus  seja  Deus  com  D  maiúsculo. Segundo  eles,  ele  é um  deus,  um  arcanjo  muito elevado,  mas  não  é igual  a  Deus  Pai.  Os  teólogos modernos  muitas  vezes  ensinam  que  Jesus  era  um grande  homem,  um  mestre  maravilhoso  e  um grande  profeta,  mas  não  Deus  na  verdade.  A  Bíblia ensina que Jesus é Deus. Há vários  itens  "porém"  que  devem  ser  ligados  a  essa afirmação.  Quando  Jesus  se  fez  carne,  passou  a  ser  humano. Participou  da  nossa  natureza;  submeteu-se  à experiência humana.  Assim,  experimentou  a  fome,  a  sede,  o  cansaço. 
Nas palavras  de  Paulo:  "pois  ele,  subsistindo  em  forma  de  Deus,  não julgou  como  usurpação  o  ser  igual  a  Deus;  antes,  a  si  mesmo  se esvaziou,  assumindo  a  forma  de  servo,  tornando-se  semelhança de  homens;  e,  reconhecido  em  figura  humana,  a  si  mesmo  se humilhou,  tornando-se  obediente  até à morte  e  morte  de  cruz" (Filipenses 2:6-8).  
  
É importante  entendermos  que,  quando  Jesus se  fez  homem,  não  deixou  de  ser  Deus.  Ele  era  Deus  vivendo como  homem.  Mas  restringiu-se  a  forma  e  a  limitações  muito diferentes  da  natureza  de  sua  existência  eterna.  Ao  afirmar  que Jesus  é Deus,  então,  não  estamos  tentando  negar  a  realidade de Jesus se ter tornado verdadeiro ser humano. Afirmar  que  Jesus  é Deus  não  é afirmar  que  ele  é o  Pai. Seria  válido  admitir  já de  início  neste  estudo  que  se  acha revelada  nas  Escrituras  uma  nítida  diferença  entre  o  papel  do Pai  e  o  do  Filho.  Uma  delas  é que  foi  o  Filho  que  se  fez  carne, não  o  Pai. Mas,  o  que  é mais  fundamental,  o  Pai  parece  ser revelado  na  Palavra  como  o  planejador  e  diretor,  e  o  Filho,  como o  concretizado.  O  Filho  submeteu-se  à vontade  do  Pai.  Nesse sentido,  Jesus  afirmou: "O  Pai  é maior  do  que  eu"  (João  14:28). Entendemos  que,  de  acordo  com  as  Escrituras,  o  marido  deve ser  a  cabeça  da  esposa,  e  ela  deve  submeter-se  ao  marido.  Mas isso  não  significa  que  o  marido  seja  superior  em  essência; simplesmente  tem  um  papel  de  autoridade.  Tanto  marido  quanto mulher  são  plena  e  igualmente  humanos.  Da  mesma  forma,  a liderança  do  Pai  e  a  submissão  do  Filho  não  implicam  diferença de  natureza. Ambos  são  plena  e  igualmente  divinos.

 O Testemunho  das  Escrituras 

A  Bíblia  deixa  bem  claro  que  Jesus  é Deus. "Porque  um menino  nos  nasceu,  um  filho  se  nos  deu;  o  governo  está sobre  os  seus  ombros;  e  o  seu  nome  será:  Maravilhoso Conselheiro,  Deus  Forte,  Pai  da  Eternidade,  Príncipe  da Paz"  (Isaías  9:6). O  menino  que  haveria  de  nascer  se chamaria  "Deus  Forte”. Em João  1:1:  "No  princípio  era  o  Verbo,  e  o  Verbo estava  com  Deus,  e  o  Verbo  era  Deus"; "Respondeu-lhe Tomé:  Senhor  meu  e  Deus  meu!" (João  20:28).  Tomé dirigiu-se  a  Jesus  dizendo:  "Senhor  meu  e  Deus  meu". Tomé estava  errado?  Jesus  não  achou  que  estivesse, pois  disse:  "Porque  me  viste,  creste?  Bem-aventurados são  os  que  não  viram  e  creram"  (João  20:29). 
Essa passagem é uma comprovação tão forte da divindade de Cristo, que já se inventaram inúmeras explicações para recusá-la. Por exemplo, Tomé estava apenas manifestando o seu espanto, como alguém hoje, que talvez dissesse: "Ó, meu Deus do céu". Mas isso implicaria dizer que Tomé estava usando o nome de Deus em vão. No entanto, Jesus o elogiou por isso. Outros acreditam que Tomé estava chamando Jesus seu Senhor e depois voltando-se ao Pai, dizendo "Deus meu". Mas o texto diz: "Respondeu-lhe Tomé". Tomé estava reconhecendo que Jesus era seu Deus.

Examine estes textos: "Deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre" (Romanos 9:5). "Aguardando a bendita esperança e a manifestão da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus" (Tito 2:13). "Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo" (2 Pedro 1:1). Todos se referem a Jesus como Deus.

Jesus afirmou ser Deus em várias ocasiões. Em João 5:17, ele disse: "Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também". Os judeus entenderam devidamente a afirmação de Jesus como uma indicação de que ele era igual a Deus (João 5:18). Em João 10:30, Jesus declarou: "Eu e o Pai somos um". Jesus fez a ousada declaração em João 14 de que vê-lo significava ver o Pai: "Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto. Replicou-lhe Filipe: Senhor mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?" (João 14:7-9). (Veja também as afirmações de Jesus em João 8:56-59, as quais serão discutidas numa seção posterior deste artigo.

Jesus aceitava ser adorado

Somente Deus deve ser adorado. Adorar a criatura é idolatria e é terminantemente proibido nas Escrituras (veja Romanos 1:25). O próprio Jesus afirmou: "Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto" (Mateus 4:10) ao citar Deuteronômio 6:13 em resposta à tentação de Satanás. Em nenhum lugar das Escrituras um homem justo aceitou ser adorado. Pedro recusou-se a permitir que Cornélio se curvasse diante dele (Atos 10:25-26). Paulo e Barnabé ficaram abismados quando o povo de Listra se preparou para adorá-los como deuses. Tomaram imediatamente uma atitude: "Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando: Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o evangelho para que destas cousas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra o mar e tudo o que há neles" (Atos 14:14-15). Os anjos são seres celestes superiores aos homens, mas nem mesmo eles aceitam ser adorados (Apocalipse 19:10; 22:8-9).

É bem notável, então, que Jesus tenha aceitado a adoração do homem. Quando Jesus acalmou a tempestade, "os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus!" (Mateus 14:33). Jesus não os repreendeu por louvá-lo. O cego que Jesus curou em João 9 o adorou (João 9:38). Várias vezes os discípulos adoraram a Jesus após a ressurreição, e Jesus jamais deu a entender que aquilo não era certo (Mateus 28:9,17). Jesus na realidade ensinou de modo claro: "Que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou" (João 5:23). Nenhum homem justo e nenhum anjo do céu (nem o mais exaltado) jamais pediu que os homens os honrassem da mesma forma que honram ao Pai. Se Jesus não fosse Deus, então João 5:23 seria uma das blasfêmias mais audaciosas que jamais foram proferidas por lábios humanos.

Os cristãos primitivos adoravam a Jesus: "O Senhor me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém" (2 Timóteo 4:18). "Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno" (2 Pedro 3:18). Repare na surpreendente semelhança da adoração oferecida ao Pai com a oferecida ao Filho. Falando do Pai, Pedro disse: "A ele seja o domínio, pelos séculos dos séculos. Amém." (1 Pedro 5:11). Mas, em referência ao Filho, João escreveu: "A ele a glória e o dóminio pelos séculos dos séculos. Amém" (Apocalipse 1:6). Deus ordenou que mesmo os anjos devem adorar ao Pai: "E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem" (Hebreus 1:6).
Todas as hostes celestes adoram a Jesus do mesmo modo que adoram o Pai. Os quatro seres viventes e os 24 anciãos "E entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra" (Apocalipse 5:9-10). O texto prossegue: "Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares, proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor. Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. E os quatro seres viventes respondiam: Amém; também os anciãos prostararam-se e adoraram" (Apocalipse 5:11-14).

Essas declarações de adoração a Jesus Cristo constituem a mais forte prova de sua divindade. As Escrituras declaram, sem hesitar, que somente Deus deve ser adorado, mas Jesus é adorado no céu pelas mais elevadas criaturas celestes. Jesus é até ligado ao Pai na mesma declaração de louvor. Paulo escreveu a verdade: "Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai" (Filipenses 2:9-11).

Afirmações indiretas

Há muitas coisas que Jesus fez que somente Deus é capaz de fazer. Jesus perdoou os pecados dos homens, mas somente Deus pode perdoar pecados (veja Marcos 2:1-12; Lucas 7:36-50). Ele afirmou ser capaz de dar vida (João 5:21; 10:28; 17;2) e de julgar o mundo (Mateus 7:23; 16:27; 25:31-46; João 5:22-27), habilidades que pertencem exclusivamente a Deus. Jesus criou o mundo (João 1:1-3, 10) e o sustém (Colossenses 1:17). Jesus fez afirmações que implicavam a sua onipresença (Mateus 18:20; 28:20) e onisciência (Marcos 12:25;Mateus 9:4; 12:25; veja também Apocalipse 2:23; 1 Reis 8:39). Ele afirmou ser maior que o templo, maior que Jonas e maior que Salomão (Mateus 12:6, 41-42). Ele afirmou não ter pecado (João 8:46). Tudo isso o põe sem dúvida na categoria de Deus.

Jesus ensinou que vê-lo era ver o Pai (João 12:45; 14:9), que crer nele era crer no Pai (João 12:44) e que conhecê-lo era conhecer o Pai (João 8:19; 14:7). Ele disse que quem o recebe, recebe o Pai (Marcos 9:37); que quem o honra, honra o Pai (João 5:23); mas quem o rejeita e o odeia, rejeita e odeia o Pai (Lucas 10:16; João 15:23). Qual mero homem, qual arcanjo poderia fazer afirmações como essas?

O que Jesus disse refletia a noção da sua própria importância. Ele disse que era a luz do mundo, o pão da vida, a ressurreição e a vida e o único caminho para o Pai (João 6;35; 8:12; 11:25; 14:6). Ele disse que as coisas que estavam escritas no Antigo Testamento foram escritas a seu respeito (Lucas 24:27, 44; João 5:39, 46). Ele disse que, quando o Espírito Santo viesse, ele o glorificaria (João 14:26; 15:26; 16:14). Jesus mostrou que era imprescindível ir a ele, ouvi-lo, crer nele, confessá-lo e segui-lo (Mateus 11:28-30; João 6:45; 18:37; 8:24; 11:25; Mateus 10:32-33; João 8:12; 10:27). Ele nos ensinou a perder a vida por amor a ele (Lucas 9:24) e amá-lo mais que ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos e à própria vida (Mateus 10:37; Lucas 14:26). Fazendo uso de uma metáfora ousada, Jesus disse que devemos comer a sua carne e beber o seu sangue para que possamos ter vida (João 6:51-58). O Senhor deixou a ceia em memória dele, para que nunca viéssemos esquecê-lo (Lucas 22:19). Ele ensinou que a sua vidaseria entregue em resgate por muitos (Mateus 20:28; 26:28; João 10:15; 12:32).

Ou Jesus era um egoista arrogante, ou era Deus. Diante de suas afirmações ousadas, não há meio-termo. "Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6). "Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra" (Mateus 28:18).

Jesus é o Deus revelado no Antigo Testamento


Há duas palavras traduzidas por "Senhor" no Antigo Testamento. Uma delas significa simplesmente senhor, mestre, amo. A outra é geralmente escrita em letras maiúscula e significa "Eu Sou", ou seja, aquele que existe por si mesmo, o eterno. Esse "SENHOR" tem origem numa palavra hebraica de quatro letras: "YHWH". Mas os judeus não pronunciavam a palavra; eles simplesmente diziam "SENHOR" sempre que a encontravam na leitura da Bíblia. Eles criam que "YHWH" fosse santo demais para ser proferido por seres humanos. Assim, a maioria das traduções da Bíblia simplesmente traduz "YHWH" por SENHOR. Poucas traduzem por "Jeová". Essa palavra é importante no entendimento da natureza de Cristo, porque é uma palavra que só se aplica a Deus. Uma palavra como senhor, que é tão comum, poderia ser usada em respeito a um superior. Mas a palavra "YHWH" (SENHOR, ou Jeová, Eu Sou) só poderia ser empregada corretamente em referência ao único e verdadeiro Deus.

Jesus disse que ele é YHWH, Eu Sou: "Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse EU SOU." (João 8:58).2 Era uma declaração chocante, e os judeus pegaram pedras ali mesmo para apedrejar Jesus por blasfêmia (João 8:59). Muitos textos aplicam profecias sobre Jeová (o "SENHOR") a Jesus. João Batista ia preparar o caminho para o "SENHOR" (Isaías 40:3; veja Mateus 3:3; Marcos 1;3; Lucas 3:4-5). A glória do "SENHOR", vista por Isaías, era uma visão da glória de Jesus (Isaías 6; João 12:37-43). Não são casos isolados. Várias afirmações sobre o SENHOR no Antigo Testamento são aplicadas a Jesus no Novo.3 Jesus também é Deus Jeová, o SENHOR.

Jesus não é o Pai

Algumas pessoas tomam as evidências apresentadas acima e ensinam que Jesus é a mesma pessoa que o Pai. Elas acreditam que o Pai e o Filho não passam de manifestações diferentes da mesma pessoa. Eles fazem uso da seguinte ilustração: um homem pode ser ao mesmo tempo pai e filho. Isso é verdade. Eu sou tanto pai, como filho. Mas eu não sou o meu próprio pai, nem sou o meu filho. A Bíblia revela três pessoas diferentes que compõem o único Deus.

Há inúmeros textos que mostram a diferença entre a pessoa do Pai e a do Filho. "Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho" (2 João 9). "Tanto o Pai como o Filho" leva a entender a existência de dois seres. Jesus afirmou ter duas testemunhas: ele mesmo e o Pai. "Se eu julgo, o meu juizo é verdadeiro, porque não sou eu só, porém eu e aquele que me enviou. Também na vossa lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro. Eu testifico de mim mesmo, e o Pai, que me enviou, também testifica de mim." (João 8:16-18). Se Jesus fosse a mesma pessoa que o Pai, haveria uma só testemunha, mas Jesus disse claramente que havia duas. (Veja também 1 João 2:22; 1 Coríntios 8:16).

"Replicou-lhes Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de amar; porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou" (João 8:42). O Pai enviou o Filho. O Filho não se enviou. Portanto, o Pai não é o Filho.

Jesus muitas vezes orou ao Pai (Lucas 23:34, 46). Estava Jesus orando a si mesmo? Ele ensinou os discípulos a orar: "Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome" (Mateus 6:9), estando ele próprio na terra. "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco" (João 14:16). Se o Pai, o Filho e o Espírito Santo são todos uma só pessoa, então Jesus orou a si mesmo e pediu que enviasse a si mesmo.

O Pai reconhecia o Filho: "E eis uma voz dos céus,que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mateus 3:17). Será que o Pai estava simplesmente falando para si a respeito de si mesmo? Jesus disse que, se ele glorificasse a si mesmo, a sua glória não seria nada (João 8:54).

"Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou" (João 6:38). Jesus veio fazer a própria vontade, ou não? Se respondermos que sim, contrariamos Jesus. Se dizemos que não (a resposta correta), então admitimos que Jesus e o Pai são pessoas distintas, porque Jesus de fato veio fazer a vontade do Pai. (Veja também João 8:29).
    O Filho retornou ao Pai no céu (João 16:28; 20:17). Se Jesus é o Pai, ele já estava no céu antes de subir para junto de si mesmo. Jesus retornou ao céu para entrar na presença de Deus (Hebreus 9:24). Mas ele já estava na sua própria presença. Se o Filho e o Pai são a mesma pessoa, por que Jesus tinha de ir para o céu para entrar na presença dele próprio?
    Vários textos mostram que Jesus está assentado à direita de Deus (Colossenses 3:1). Seria uma grande façanha alguém sentar à direita de si mesmo!
Jesus disse que somente o Pai sabia o momento exato de sua vinda; isso nem mesmo ele sabia (Mateus 24:36). Se Jesus era o Pai, então ele sabia algumas coisas que não sabia?
Quando Jesus retornar, ele entregará o seu reino de volta ao Pai e se sujeitará ao Pai (1 Coríntios 15:24-28). Será que Jesus entregará o reino a si mesmo e se submeterá a si mesmo?
As Escrituras ensinam com uma clareza inconfundível a distinção entre o Pai e o Filho.

A natureza da divindade

Deus é uno (Deuteronômio 6:4; Isaías 40-48; Marcos 12:29; 1 Timóteo 1:17; Tiago 2:19; 4:12, etc.).  A natureza de sua unidade é o assunto em pauta. Com base mesmo no que se evidenciou acima, deve estar claro que a unidade de Deus é uma união, não uma unidade absoluta.
A palavra equivalente a Deus no Antigo Testamento (elohim) é uma formação no plural. A palavra equivalente a um, empregada em referência a Deus no Antigo Testamento (echad) também é uma forma plural. Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança . . ." (Gênesis 1:26). A quem se refere esse "nossa"? Somos criados à imagem de Deus, mas há mais de uma pessoa que compôs Deus. Atente para essas afirmações: "Então, disse o SENHOR Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente" (Gênesis 3:22). "Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro" (Gênesis 11:7). Desde os primeiros capítulos da Bíblia, vemos Deus revelado como uma unidade plural (veja também Isaías 6:8). Existe até mesmo diálogos registrados entre Deus e Deus na Bíblia: veja Salmos 110:1, por exemplo.

Em que sentido o Pai e o Filho são um? São uma só pessoa? Ou são um em unidade e em propósito? Observe atentamente João 17:20-23: "Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim." Esse texto ensina que os cristãos devem ser um como o Pai e o Filho são um. Os cristãos devem passar a ser uma só pessoa? Ou será que devem ser um em unidade e em propósito? Já que a unidade que os cristãos devem ter não é a de ser uma só pessoa, então a unidade do Pai e do Filho não significa que são a mesma pessoa. A Bíblia muitas vezes trata de coisas que são unas. Marido e mulher são um (Mateus 19:4-6; Efesios 5:31). O que planta e o que rega são um (1 Coríntios 3:6-8). Os cristãos são um (1 Coríntios 12:14). E também o Pai e o Filho (e o Espírito Santo) são um.

Embora nos tenhamos concentrado principalmente no Pai e no Filho, as Escrituras mostram que o Espírito Santo também é uma pessoa divina. O Espírito Santo é revelado como um ser pessoal. Ele faz o que somente uma pessoa pode fazer: fala (1 Timóteo 4:1); ensina(João 14:26); reprova (João 16:8); orienta (Gálatas 5:18); intercede (Romanos 8:26); chama (Atos 13:2); pensa (Romanos 8:27; 1 Coríntios 2:10-11); toma decisões (Atos 13:12; 15:28). Os sentimentos que tem só uma pessoa pode ter: é alvo de mentiras (Atos 5:3); é resistido (Atos 7:51); é desprezado (Hebreus 10:29); fica entristecido (Efésios 4:30); fica irado (Isaías 63:10); é blasfemado (Mateus 12:31). O Espírito Santo tem características divinas: é onisciente (1 Coríntios 2:10-11) e onipresente (Salmo 139:7-10).

O Novo Testamento une Pai, Filho e Espírito Santo de modo impressionante. Muitos textos mencionam os três: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós" (2 Coríntios 13:13). "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mateus 28:19). "Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas." (1 Pedro 1:2; veja também Romanos 15:30; 1 Coríntios 12:4-6; 6:11; 2 Corìntios 1:20-21; Gálatas 4:6; Efésios 2:18; 3:14-17; 5:18-20; 1 Tessalonicenses 5:18-19; 2 Tessalonicenses 2:13; Tito 3:4-6; 1 João 4:13-14; Judas 20-21; Apocalipse 1:4-5). Embora a Bíblia em momento algum apresente uma definição teológica de Deus, é possível entender alguns aspectos de seu ser estudando a revelação dada nas Escrituras. O que podemos concluir é: Deus é o nome dado à natureza divina, a há três seres que partilham dessa mesma natureza divina: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. 


by Gary Fischer "estudosdabiblia.net

domingo, 23 de abril de 2017

Obras da Lei

Obras da Lei

 

   A expressão “Obras da Lei” é mais antiga do que o próprio Paulo. Ela já foi utilizada pela comunidade de Qumran quase dois séculos antes de Cristo, como atestam os pergaminhos do Mar Morto descobertos no século passado. Em um dos rolos temos o título “Mikssát Maassêi ha Torá“, ou  “As importantes obras da Lei”. Devido a este nome, esse pergaminho é simplesmente conhecido como “MMT ou 4QMMT”. Nele, há mais de 20 regras haláchquicas sobre purificação, incluindo citações de mandamentos da Torá e principalmente INTERPRETAÇÕES e COMPLEMENTOS de tais mandamentos Mosaicos. Há também regras que excluíam as oferendas dos gentios e os próprios gentios de participarem das atividades do Templo em Jerusalém. O estudo deste documento trouxe grande luz à interpretação do Apóstolo Paulo e seu posicionamento em relação à Torá ou Lei de Moisés.

 

Fragmento do pergaminho 4QMMT, também chamado de “Importantes Obras da Lei” – Qumran – Israel, séc. II a.C.



Baseados no testemunho do próprio Paulo e em alguns de seus discursos de defesa, sabemos que ele não era contra os mandamentos da Torá. Os próprios apóstolos, em Jerusalém, dão um testemunho sólido e irrefutável da conduta de Paulo em relação à Lei de Moisés: “…e saberão todos que não é verdade o que se diz a teu respeito (que pregas contra a Lei) e que, pelo contrário, andas também, tu mesmo, GUARDANDO a lei.”(At 21:24). Já que Paulo não era contra a Torá, como ele poderia ser contra as “Obras da Torá”? Bem, com a leitura do antigo documento judaico da seita do Mar Morto e interpretando os ensinos de Paulo em seu contexto original, concluímos que Paulo não era contra a Torá ou a obediência a ela, mas sim, contra as INTERPOLAÇÕES E INTERPRETAÇÕES legalísticas que eram contrários à própria Torá (os quais são descritos no documento “Mikssat Maassêi ha Torá“). Ao usar a expressão “Obras da Lei”, Paulo refere-se a uma ideologia muito comum entre judeus e gentios simpatizantes do judaísmo, a saber, que a simples obediência ao mandamento justificaria o praticante perante Deus. Isso é também chamado de “legalismo”. O legalismo é a desobediência a Deus utilizando-se para isso a própria Torá.

A guarda do mandamento, sem a Fé e o coração circunciso, não beneficia em nada ao homem. Pelo contrário, afasta o homem de Deus ao passar a falsa ideia que a simples guarda do mandamento (sem a correta kavaná – intenção do coração e fé) justifica o praticante. Esse é o conteúdo da exortação divina através do profeta Isaías:

“De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? — diz o SENHOR. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes.(…) Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar INIQUIDADE associada ao ajuntamento solene. (…) Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas.” (Is 1:11-17).
Nota-se que Deus não está sendo contrário a tais mandamentos, pois Ele mesmo os deu ao povo como ESTATUTO PERPÉTUO, sendo mandamentos para a VIDA. (Dt 30:19-20). Porém, apenas a prática de tais preceitos sem a busca por um coração circuncidado e com sede de justiça, faz com que tal obediência não seja recebida por Deus. Na verdade, tal prática é prejudicial ao homem. É isso que o próprio Paulo quer dizer quando usa a expressão “LETRA”, referindo-se à cega obediência da Torá sem um estado interior e exterior  condizentes: “…o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica”. (2 Co 3:6). Assim, contrariando a interpretação normativa cristã dessa passagem, Paulo não estava atestando que a Torá “mata” (pois estaria condenando a si mesmo), mas sim, que a FORMA como a Torá é guardada e interpretada é que pode roubar a vida do homem.
Portanto, a mesma Torá (Lei) que é benção para uns, pode ser maldição para outros:  “E o mandamento que me fora para vida, verifiquei que este mesmo se me tornou para morte” (Rm 7:10). Paulo aqui atesta que já fora escravo da LETRA e das “OBRAS DA LEI”, pois sua busca pela pureza da religião e zelo pelas tradições endureceram-lhe e cegaram-lhe o coração, impedindo-o discernir o Messias contido na própria Torá. Na verdade, a aceitação ou não da obediência do homem em relação à Lei de Deus dependerá da fé e do estado do coração do ofertante (Rm 2:28-29). A fé SEMPRE DEVE VIR ANTES do mandamento, e não o contrário (Rm 4:9-15). É como eu sempre digo: “Não obedeço para ser SALVO, obedeço pois SOU salvo.” Essa frase expressa o contraste de MOTIVAÇÃO ao se obedecer a Deus.
No pergaminho MMT do Mar Morto, são ordenados exclusivamente os mandamentos e interpretações de mandamentos sem nenhuma ênfase à mudança de atitude ou de um coração correto diante de Deus. Além disso, são declaradas “halachôt” (dogmas) que humilhavam os gentios e os afastavam do templo (como o tal ‘muro da separação’ que Paulo se refere em Ef 2:14). A essa “falsa obediência” e aos dogmas que afastavam os gentios do Reino de Deus, Paulo deu o nome de “OBRAS DA LEI” ou simplesmente “LETRA”.
Paulo não poderia ser contra a obediência a Torá, pois usou seu próprio testemunho para atestar o contrário (At 24:14, 25:8). Ele também atesta que a Lei é espiritual e boa, e o mandamento, santo, justo e bom (Rm 7:12-14). Não é a Torá o problema, mas sim, o LUGAR onde a mesma está escrita. Na chamada NOVA ALIANÇA, Deus utiliza a obra de Seu ungido para escrever a LEI (Torá) no coração do Seu povo (Jr 31:31). Assim, todo servo do Deus de Israel e discípulo de Yeshua deve fazer a si mesmo a seguinte pergunta: Onde está a Lei de Deus na minha vida? Ou ela ainda está em pedras, longe e externa à minha natureza, ou está escrita em meu coração, sendo parte da minha natureza. Quem tem ouvidos… ouça!

by Matheus Zandona  Guimarães (ensinandodesiao.org.br)

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Habacuque, ícone de Fé Incondicional

O Salmo de Habacuque



No terceiro capítulo, temos uma das mais belas expressões do amor incondicional a Deus , é a melhor explicação sobre a relação de Deus com o mal existente no mundo. Trata-se da resposta de Deus a Habacuque, que diluiu os dilemas que havia no coração dele.

O capítulo 3 é o desfecho do livro, é composto por um dos mais famosos cânticos da Bíblia Sagrada.
Encontramos um Salmo alegre, uma teofania. Habacuque vê a poderosa glória do Senhor, e seu coração se comove. O que ele viu mudou sua disposição de queixa para alegria. E passa a descrever Deus em ação vencendo os ímpios e toda impiedade. A manifestação do Senhor é inspirada em sua presença majestosa no Monte Sinai (Êxodo 19).

Habacuque 3.19 parece indicar a associação do autor com a música, o que dá a entender que, talvez, ele fosse um levita.

Lições em Habacuque: semeadura e colheita


Deus mostrou para Habacuque duas coisas seguras. Primeira: os babilônios violentos e orgulhosos seriam destruídos com as mesmas armas que haviam usado contra outros povos, assim como destruíram nações inteiras, também eles seriam destruídos. O mal pode até dominar sobre a terra, mas ela não tem força permanente (2.13). A segunda certeza era o caráter de Deus. Ele permanece em silêncio durante determinado tempo, mas nunca para sempre (2.14).
O livro de Habacuque não responde a razão de Deus permitir o mal. Declara que Deus jamais perde o controle sobre as situações. Esclarece que o mal encontra seu destino lógico de autodestruição. Informa que a glória do Senhor encherá a terra no tempo que o Criador assim determinou acontecer.

Aplicação pessoal

O cristão deve apegar-se à verdade de que o justo vive pela fé; seja paciente, o futuro pertence a Deus. O crente pode encontrar esperança e alegria mediante a fé em Deus, sem se importar quais sejam as circunstâncias no tempo presente e no futuro.
É possível que aconteça muitas vezes de o cristão sentir-se confuso ao presenciar a escalada, aparentemente triunfante aos olhos de Deus, de pessoas injustas. E em sua mente confusa fazer reclamações a Deus por considerar que Ele esteja sendo omisso. Habacuque não permaneceu apenas no campo das reclamações. Demonstrou que acontecesse o que acontecesse, para ele a vida só seria considerada plena na presença do Senhor. E aproximou-se de Deus em oração, abriu seu coração com clareza plena fazendo indagações que desejava respostas. Ao agir assim, mostrou ser homem de fé.

Podemos fazer a mesma coisa? Sim, porque existe um pouco de Habacuque dentro de nós. É exatamente isso que nós cristãos devemos fazer quando nos sentimos confundidos com ocorrências em nosso derredor. Emitir reclamações "perturba" ao Senhor, porém, as perguntas sinceras são sinais de confiança e Lhe agradam!

Deus lhe concederá contato direto e exclusivo para tirar todas as dúvidas. Quando alguma coisa não faz sentido, costuma ser porque ainda não dispomos de informações suficientes. Falta uma visão geral da situação. Em situações confusas, peça em oração que Deus esclareça tudo, mas não espere que Ele esclareça no momento seguinte, continue perseverante em sua devoção ao Senhor, mantenha a confiança de que Ele esclarecerá você no momento certo, e se realmente for preciso terá todos os detalhes muito bem explicadinhos.


Medite sobre a origem da confiança e alegria de Habacuque.

Conclusão


O profeta expressou maravilhosamente essa atitude de fé nos últimos três capítulos do livro e por seu procedimento aprendemos que não importa quão difícil a vida possa ser, pela fé encontramos fontes de alegria e de renovação das forças para continuar em pé e seguindo adiante. A declaração sobre a importância da fé não resolve problemas, mas ajuda o ser humano a superar os momentos difíceis, até que o julgamento divino chegue. No caso de Habacuque, o julgamento divino sobre a Babilônia.

É quase certo que Habacuque não viveu tempo suficiente para ver a destruição dos babilônios, mas hoje a Babilônia é apenas parte de memória histórica conforme a predição. Assim como Habacuque, devemos esperar com fé que  promessas divinas se cumpram, pois é exatamente no cumprimento delas que a glória do Senhor enche a terra (2.14).

sábado, 15 de abril de 2017

Judas, o filho da perdição



Filho da Perdição?!?!


 Estes dias estive ouvindo alguns clássicos evangélicos dos anos 80, e ouvi uma canção que me remeteu a minha infância, mais exatamente por volta dos meus 8 anos de idade, quando levantei minha mão para Jesus; era um culto evangelístico, um pregador de fora; não me lembro do conteúdo da mensagem, mas foi tão impactante que, hoje, me lembro de me sentir tão certo da minha decisão que talvez hoje nem tenha tanta certeza da minha como naquele dia! Aí me lembrei  da passagem de Apocalipse  2, quando o Senhor  fala par a Igreja em Éfeso, sobre voltar ao primeiro Amor. Nestes trechos, duas expressões, na minha versão  Ara (Almeida revista e atualizada): “Lembra te, pois, donde caíste” e “pratica as primeiras obras”. E principalmente, sobre a primeira, que gostaria de falar, não sobre mim, mas sobre um personagem que neste período de Páscoa tem sido muito achincalhado:  Judas, o traidor!
Neste mesmo cenário de Flashback, vamos voltar no momento da eleição dos doze, simmm, lá no comecinho do ministério de Jesus (Lc. 6:12). O Senhor Jesus esteve por toda a noite em oração, e pela manhã reuniu seus discípulos (que já eram cerca de 70, depois que os discípulos de João Batista se juntaram a Jesus), e escolhe os doze. Não Fo uma escolha aleatória não, aliás, Ele passou toda a noite buscando orientação do Pai para o fazer bem; nem foi algo baseado em escolher estratégicamente OS MELHORES, pois ali, em sua maioria eram homens comuns do tipo, alguns até impopulares como Levi (Mateus), que era cobrador de impostos (publicano). Existiam até mestres seguidores, porém o faziam em segredo, como o caso de José de Arimatéia e Nicodemus, por causa do farisaísmo da época. Neste contexto, entre os seletos apóstolos, está alguém bem peculiar. Filho de Simão Iscariotes (Jo 6.71), Judas tem seu nome derivado da forma grega de Judá {louvor). O sobrenome Iscariotes, por sua vez, é uma provável corruptela do hebraico Ish Kerioth, ou "homem de Queriote”,  vilarejo de Queriote Hezrom, localizado ao sul de Hebrom. Judas Iscariotes pode ser o único dos doze apóstolos a proceder da Judéia, num flagrante contraste com seus condiscípulos, todos galileus. Isto, por si só, representaria para o apósto­lo uma característica distintiva na comunidade dos doze. Como a maioria de seus concidadãos Judeus, havia uma expectativa enorme que o Jesus de Nazaré, por seus milagres e prodígios únicos, fosse o Mashiac prometido nas profecias de Isaías; quando foi conquistada por Pompeu, as terras dos judeus não se tornaram, imediatamente, uma unidade administrativa do Império Romano, guardando uma certa autonomia, ainda que governada por monarcas politicamente subordinados a Roma, um dos quais foi Herodes, que reinou de 37 a.C. a 4 d.C. Após a sua morte, a Judeia passou a designar os domínios do etnarca Herodes Arquelau, que abrangiam a Judeia propriamente dita (a Judá, dos tempos davídicos), a Samaria e a Idumeia. Com a deposição de Arquelau, tornou-se a província romana da Judeia, governada por prefeitos (praefectus) nomeados pelo imperador romano, e vinculada à província da Síria. Diante dessa dominação Romana,deste cenário  seria natural vindo de uma região como esta um sentimento de nativismo, misturado a esperança messiânica do Mashiac , um homem como Judas, da região de Queriote ver na Pessoa de Jesus Cristo um libertador político, um guerreiro.


  Só que não... 


Lembram logo no começo das andanças de Jesus, pela Galiléia, mais exatamente em Nazaré, logo após iniciar seu ministério, quando na sinagoga Jesus lê um trecho de Isaias 61: de propósito, ele para no meio do versículo 2 “e apregoar o ano aceitável do nosso Deus...” e neste momento fecha o livro. Que Jesus demonstrou com isto?  Seu Reino não tinha conotação política, pois ele não leu “o dia da vingança do Nosso Deus”. Após este evento, ele deixa Nazaré, e segue para Cafarnaum (v.31), realiza sinais e milagres, para só depois então seguir para o mar da Galiléia, sinais dignos do Mashiac, mas com uma profundidade maior, de cunho espiritual. Este espírito de mansidão e tranqüilidade diferia da expectativa de Judas, oriundo de uma região de onde vinham os lendários Macabeus, conhecidos pela revolta que expulsou os Selêucidas governados por Antíoco Epifânio por volta de 165 AC, e por ai ficou até 63 AC, quando General Pompeu Domina a Siria e a Judéia. Depois de várias vezes ver sua aspiração quanto a causa do Messias ser frustrada ele começa a se afastar e começar a comprir o “protocolo”, provavelmente maquinando uma maneira de reverter esta condição, já que o Mestre era muito popular, e um levante popular contra a minoria opressora seria bem vindo. O Messias levado as autoridades, declara a todos a antagonia ao Império Romano, dias após a entrada triunfal em Jerusalém.

 

Só que não...


O próprio Jesus declara que seu Reino não é terreno, ao ser interrogado por Pilatos (Jo 18:33-38). No momento em que Judas se da conta disto, é tomado por um remorso enorme, e este é o ponto crucial da jornada e ministério de Judas: não suportando ver um inocente morto, mesmo que não correspondesse a sua expectativa de lider, era um peso insuportável. Não digo contudo que não haja culpa na atitude de Judas, ou justifique seus motivos, mas tentando entender e tirar proveito para nossas vidas desta atitude tão desgraçada.

Onde caiu o machado?


Como aconteceu com Eliseu e o homem que usava o machado que caiu no rio, voltemos ao ponto onde perdemos nossa capacidade de ouvir a doce, perfeita e agradável vontade do Nosso Deus. Pois bem, muito nos diz a procedência de  Judas, e  a  influência das ideias do seu local de origem mostram como  ele se afastou do propósito para o qual foi comissionado. Aos poucos foi se  afastando, até o ponto de ver apenas um homem, um mestre apenas, e não o  Filho  de  Deus.   Pedro  havia  declarado:  "Tu  és  o  Cristo,  Filho  do  Deus Vivo! (Mt16:16). Ao passo que Judas diz: "Por ventura sou eu, Rabi (mestre)?  Não havia mais nenhuma consideração espiritual por Jesus, ou melhor, nunca houvera,pois nunca estivera no propósito real que era o Reino.
Outra, talvez pela diferença regional  e de cultura, Judas era diferente dos demais, principalmente dos mais próximos como Pedro, Tiago e João. Talvez sendo preterido pelo Mestre, que tendo um grupo próximo ao mestre que era inculto, ignorante, diferente dele, lhe desabrochou o ciúme. Bem verdade que Jesus comtemplava isto desde o início, mas Filho da Perdição? Predestinado a Perdição?!?!
Na oração sacerdotal, proferida pelo Senhor Jesus no capítulo 17 do Evangelho de João, encontramos a expressão “filho da perdição” (verso 12). Trata-se de um hebraísmo, um modo de expressão da língua hebraica, encontrado especialmente na Bíblia.
No hebraico, era comum designar os moradores de um local ou de um país como filhos. Exemplos: “filhos de Sião” (Lamentações 4.2) e “filhos de Belém” (Esdras 2.21). O termo era usado também como forma de referir-se aos membros de uma classe de profissionais. Exemplos: “filho de um perfumista” (Neemias 3.8) e “filho dos cantores e dos que adoram o mesmo Deus” (Números 21.29). Também é uma maneira de expor qualidades morais, como nas expressões “filho de Belial” (1Samuel 25.17), “filho da Paz” (Lucas 10.6) e “filho da perdição” (João 17.12), que se enquadra perfeitamente na forma hebraica de falar.
“filho da perdição” não diz respeito à eleição de uma pessoa à perda da Salvação, pois se Judas Iscariotes o quisesse, poderia ter escolhido outro caminho. Ele “deu lugar ao Diabo”, como lemos em João 13.21-30. O versículo 27, especialmente, diz que, depois de ter recebido o pedaço de pão umedecido no vinagre “entrou nele Satanás”. E mesmo depois disto tudo, ainda poderia ter vindo o arrependimento, mas veio o remorso e a consumição da culpa.
E nós, seguimos Jesus porquê? Temos ascensão social na Igreja? Os negócios na Gospelândia são melhores, aliás, muito lucrativos... 

Nos tornamos melhores que Judas? Por acaso vemos possibilidade de crescer materialmente, porque “queremos de volta tudo que tomou o devorador”?!?!
Deus nos oriente neste dia tão especial, e que nossa fé venha estar firmada DE FATO na Rocha que é Cristo, e no seu Reino, em toda sua espiritualidade.
Graça e Paz!!!!